Bíblia de
Jerusalém apresenta um TEXTO com muitas revisões e novas opções textuais.
Certos livros (Miquéias, Eclesiástico, p. ex.) foram substancialmente
remodelados. No Antigo Testamento há considerável volta ao texto hebraico,
deixando de lado versões preferidas anteriormente. Certos textos do Novo
Testamento também trazem uma tradução inteiramente nova (cf. p. ex. Filipenses
2,6-11). Como conseqüência das novas opções de tradução do texto, as NOTAS
também foram modificadas, ampliadas ou substituídas. O volume de notas aumentou
consideravelmente. É visível a incorporação das novas pesquisas e estudos
posteriores à edição do texto francês em 1973.
As INTRODUÇÕES apresentam novas opções que
também estão refletidas nas notas. Isso se verifica principalmente na visão da
formação do Pentateuco. O evangelho de João, p. ex., mostra uma virada
hermenêutica total, que se pode constatar tanto na introdução como nas notas.
Vários livros e conjuntos literários receberam novas introduções, completamente
diferentes das anteriores (p. ex.: Cântico, Sinóticos, João, Hebreus etc.).
A Bíblia de Jerusalém é a edição brasileira (1981, com revisão e atualização na
edição de 2002) da edição francesa Bible de Jérusalem, que é assim
chamada por ser fruto de estudos feitos pela Escola Bíblica de Jerusalém, em francês: École Biblique de Jérusalem. De
acordo com os informativos da Paulus Editora, a edição
"revista e ampliada inclui as mais recentes atribuições das ciências
bíblicas. A tradução segue rigorosamente os originais, com a vantagem das
introduções e notas científicas."
Essas notas diferenciais em relação às outras
traduções prestam-se a ajudar o leitor nas referências geográficas, históricas,
literárias etc. Suas introduções, notas, referências marginais, mapas e cronologia
— traduções de material elaborado pela Escola Bíblica de Jerusalém — fazem dela
uma ferramenta útil como livro de consulta, para quem precisa usar passagens
bíblicas como referência literária ou de citações.
Se para os cristãos e parte dos judeus a
Bíblia foi escrita por homens sob inspiração divina, para um não-cristão, um ateu ou
um agnóstico, a Bíblia pode
servir como referência literária, já que se trata de um dos mais antigos
conjuntos de livros da civilização.
Traduções da Escola Bíblica de Jerusalém
A Escola Bíblica de Jerusalém é o mais antigo
centro de pesquisa bíblica e arqueológica da Terra Santa. Foi fundada em 1890 pelo Padre Marie-Joseph
Lagrange (1855-1938) sobre terras do convento dominicano de St-Étienne à Jérusalem, convento
fundado em 1882 sob
o nome original de Escola Prática de Estudos Bíblicos, título que sublinhava
sua especificidade metodológica.
Quase sessenta anos depois, em 1956, foi
publicada pela primeira vez, em francês, em um só volume, a Bíblia da Escola de Jerusalém, contemplando
uma tradução que levava em consideração o progresso das ciências. Para tanto,
foram convidados para a colaboração os mais diversos pesquisadores: historiadores, arqueólogos, lexicógrafos, linguistas, teólogos, exegetas, cientistas sociais, geógrafos e cartógrafos. Atribui-se que
foi a diversidade de colaboradoras que garantiu traduções acuradas, em temas
que cada qual conhecia com profundidade. Mas, em contrapartida, a Bíblia não
tinha homogeneidade de texto. Cada qual escrevia no seu estilo.
A próxima etapa, portanto, foi empreender
esforços na harmonização do texto, trabalho terminado quase duas décadas
depois, em 1973, quando se publicou uma edição revisada, aí então já sob o
título Bible de Jérusalem,
cuja primeira edição brasileira chamou-se Bíblia de Jerusalém (1981, Paulus Editora). A revisão
francesa, de 1998, acabou gerando a nova edição brasileira (Nova
Bíblia de Jerusalém), revista e atualizada, pela mesma Paulus
Editora, em 2002. Nesta tradução dos originais para a língua portuguesa, também
colaboraram exegetas católicos e protestantes.
Contextualização
Os exegetas apontam que o grande diferencial
da Bíblia de Jerusalém é que, além da tradução dos originais do hebraico, aramaico e grego,
existe a contextualização histórica, dentro do ambiente físico, ambiental e
cultural relativo à época em que cada livro foi escrito. Trata-se de uma obra
que representara "a união do monumento e do documento", de acordo com
Lagrange, criador da Escola Bíblica de Jerusalém, unindo assim "a
arqueologia, a crítica histórica e a exegese dos textos".
A Bíblia de Jerusalém é considerada
atualmente, pela maioria dos linguistas, como um das melhores bíblias de
estudo, aplicável não apenas ao trabalho de teólogos, religiosos e fiéis, mas
também para tradutores, pesquisadores, jornalistas e cientistas sociais, independente de
serem católicos, protestantes, ortodoxos ou judeus, ou mesmo de qualquer outra religião ou crença.
Catálogo: Bíblico
Catálogo: Bíblico
Assunto: Bíblia
Sagrada
Acabamento: Brochura
e Capa Dura
Idioma: Português
Edição: 4ª
Número de Páginas: 2208
Editora: Editora
Paulus
Peso (em gramas): 1023g
Ano: 2002
Dimensões (cm): 13.7 (larg) x 21 (alt)
ISBN: 8534919771
Pena tratar-se de uma bíblia de excepcional qualidade e que entretanto, tem marial de qualidade duvidosa. Um texto tão bem redigido em um material tão apertado e delicado. Mas é sim uma notável edição da bíblia, possivelmente a melhor edição do texto sagrado em língua portuguesa e as melhores notas de rodapé.
ReplyDeleteJoão, foi lançado em 2013 a Bíblia de Jerusalém em letra grande, já está neste blog, postei fotos. Grato, Leonardo
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