Sunday, January 27, 2013

Homilia do Papa Bento XVI 06/01/2013


SANTA MISSA NA SOLENIDADE DA EPIFANIA DO SENHOR

HOMILIA DO PAPA BENTO XVI
Basílica Vaticana
Domingo, 6 de Janeiro de 2013

Amados irmãos e irmãs!

Para a Igreja crente e orante, os Magos do Oriente, que, guiados pela estrela, encontraram o caminho para o presépio de Belém, são apenas o princípio duma grande procissão que permeia a história. Por isso, a liturgia lê o Evangelho que fala do caminho dos Magos juntamente com as estupendas visões proféticas de Isaías 60 e do Salmo 72 que ilustram, com imagens ousadas, a peregrinação dos povos para Jerusalém. Assim como os pastores – os primeiros convidados para irem até junto do Menino recém-nascido deitado na manjedoura – personificam os pobres de Israel e, em geral, as almas simples que interiormente vivem muito perto de Jesus, assim também os homens vindos do Oriente personificam o mundo dos povos, a Igreja dos gentios: os homens que, ao longo de todos os séculos, se encaminham para o Menino de Belém, n’Ele honram o Filho de Deus e se prostram diante d’Ele. A Igreja chama a esta festa «Epifania» – a manifestação do Divino. Se considerarmos o facto de que desde então homens de todas as proveniências, de todos os continentes, das mais diversas culturas e das diferentes formas de pensamento e de vida se puseram, e estão, a caminho de Cristo, podemos verdadeiramente dizer que esta peregrinação e este encontro com Deus na figura do Menino é uma Epifania da bondade de Deus e do seu amor pelos homens (cf. Tt 3, 4).
Seguindo uma tradição iniciada pelo Beato Papa João Paulo II, celebramos a festa da Epifania também como dia da Ordenação episcopal de quatro sacerdotes que daqui em diante irão colaborar, em diferentes funções, com o Ministério do Papa em prol da unidade da única Igreja de Jesus Cristo na pluralidade das Igrejas particulares. A conexão entre esta Ordenação episcopal e o tema da peregrinação dos povos para Jesus Cristo é evidente. O Bispo tem a missão não apenas de se incorporar nesta peregrinação juntamente com os demais, mas de ir à frente e indicar a estrada. Nesta liturgia, porém, queria reflectir convosco sobre uma questão ainda mais concreta. Com base na história narrada por Mateus, podemos certamente fazer uma ideia aproximada do tipo de homens que, seguindo o sinal da estrela, se puseram a caminho para encontrar aquele Rei que teria fundado uma nova espécie de realeza, e não só para Israel mas para a humanidade inteira. Que tipo de homens seriam então eles? E perguntemo-nos também se a partir deles, não obstante a diferença dos tempos e das funções, seja possível vislumbrar algo do que é o Bispo e de como deve ele cumprir a sua missão.
Os homens que então partiram rumo ao desconhecido eram, em definitiva, pessoas de coração inquieto; homens inquietos movidos pela busca de Deus e da salvação do mundo; homens à espera, que não se contentavam com seus rendimentos assegurados e com uma posição social provavelmente considerável, mas andavam à procura da realidade maior. Talvez fossem homens eruditos, que tinham grande conhecimento dos astros e, provavelmente, dispunham também duma formação filosófica; mas não era apenas saber muitas coisas que queriam; queriam sobretudo saber o essencial, queriam saber como se consegue ser pessoa humana. E, por isso, queriam saber se Deus existe, onde está e como é; se Se preocupa connosco e como podemos encontrá-Lo. Queriam não apenas saber; queriam conhecer a verdade acerca de nós mesmos, de Deus e do mundo. A sua peregrinação exterior era expressão deste estar interiormente a caminho, da peregrinação interior do seu coração. Eram homens que buscavam a Deus e, em última instância, caminhavam para Ele; eram indagadores de Deus.
Chegamos assim à questão: Como deve ser um homem a quem se impõem as mãos para a Ordenação episcopal na Igreja de Jesus Cristo? Podemos dizer: deve ser sobretudo um homem cujo interesse se dirige para Deus, porque só então é que ele se interessa verdadeiramente também pelos homens. E, vice-versa, podemos dizer: um Bispo deve ser um homem que tem a peito os outros homens, que se deixa tocar pelas vicissitudes humanas. Deve ser um homem para os outros; mas só poderá sê-lo realmente, se for um homem conquistado por Deus: se, para ele, a inquietação por Deus se tornou uma inquietação pela sua criatura, o homem. Como os Magos do Oriente, também um Bispo não deve ser alguém que se limita a exercer o seu ofício, sem se importar com mais nada; mas deve deixar-se absorver pela inquietação de Deus com os homens. Deve, por assim dizer, pensar e sentir em sintonia com Deus. Não é apenas o homem que tem em si a inquietação constitutiva por Deus, mas esta inquietação é uma participação na inquietação de Deus por nós. Foi por estar inquieto connosco que Deus veio atrás de nós até à manjedoura; mais: até à cruz. «A buscar-me Vos cansastes, pela Cruz me resgatastes: tanta dor não seja em vão!»: reza a Igreja no Dies irae. A inquietação do homem por Deus e, a partir dela, a inquietação de Deus pelo homem não devem dar tréguas ao Bispo. É isto que queremos dizer, ao afirmar que o Bispo deve ser sobretudo um homem de fé; porque a fé nada mais é do que ser interiormente tocado por Deus, condição esta que nos leva pelo caminho da vida. A fé atrai-nos para dentro de um estado em que somos arrebatados pela inquietação de Deus e faz de nós peregrinos que estão interiormente a caminho para o verdadeiro Rei do mundo e para a sua promessa de justiça, de verdade e de amor. Nesta peregrinação, o Bispo deve ir à frente, deve ser aquele que indica aos homens a estrada para a fé, a esperança e o amor.
A peregrinação interior da fé para Deus realiza-se sobretudo na oração. Santo Agostinho disse certa vez que a oração, em última análise, nada mais seria do que a actualização e a radicalização do nosso desejo de Deus. No lugar da palavra «desejo», poderíamos colocar também a palavra «inquietação» e dizer que a oração quer arrancar-nos da nossa falsa comodidade, da nossa clausura nas realidades materiais, visíveis, para nos transmitir a inquietação por Deus, tornando-nos assim abertos e inquietos uns para com os outros. O Bispo, como peregrino de Deus, deve ser sobretudo um homem que reza, deve estar em permanente contacto interior com Deus; a sua alma deve estar aberta de par em par a Deus. As dificuldades suas e dos outros bem como as suas alegrias e as dos demais deve levá-las a Deus e assim, a seu modo, estabelecer o contacto entre Deus e o mundo na comunhão com Cristo, para que a luz de Cristo brilhe no mundo.
Voltemos aos Magos do Oriente. Eles eram também e sobretudo homens que tinham coragem; tinham a coragem e a humildade da fé. Era preciso coragem a fim de acolher o sinal da estrela como uma ordem para partir, para sair rumo ao desconhecido, ao incerto, por caminhos onde havia inúmeros perigos à espreita. Podemos imaginar que a decisão destes homens tenha provocado sarcasmo: o sarcasmo dos ditos realistas que podiam apenas zombar das fantasias destes homens. Quem partia baseado em promessas tão incertas, arriscando tudo, só podia aparecer como ridículo. Mas, para estes homens tocados interiormente por Deus, era mais importante o caminho segundo as indicações divinas do que a opinião alheia. Para eles, a busca da verdade era mais importante que a zombaria do mundo, aparentemente inteligente.
Vendo tal situação, como não pensar na missão do Bispo neste nosso tempo? A humildade da fé, do crer juntamente com a fé da Igreja de todos os tempos, há-de encontrar-se, vezes sem conta, em conflito com a inteligência dominante daqueles que se atêm àquilo que aparentemente é seguro. Quem vive e anuncia a fé da Igreja encontra-se em desacordo também em muitos aspectos, com as opiniões dominantes precisamente no nosso tempo. O agnosticismo, hoje largamente imperante, tem os seus dogmas e é extremamente intolerante com tudo o que o põe em questão, ou põe em questão os seus critérios. Por isso, a coragem de contradizer as orientações dominantes é hoje particularmente premente para um Bispo. Ele tem de ser valoroso; e esta valentia ou fortaleza não consiste em ferir com violência, na agressividade, mas em deixar-se ferir e fazer frente aos critérios das opiniões dominantes. A coragem de permanecer firme na verdade é inevitavelmente exigida àqueles que o Senhor envia como cordeiros para o meio de lobos. «Aquele que teme o Senhor nada temerá», diz Ben Sirá (34, 14). O temor de Deus liberta do medo dos homens; faz-nos livres!
Neste contexto, recordo um episódio dos primórdios do cristianismo que São Lucas narra nosActos dos Apóstolos. Depois do discurso de Gamaliel, que desaconselha a violência contra a comunidade nascente dos crentes em Jesus, o Sinédrio convocou os Apóstolos e fê-los flagelar. Depois proibiu-os de pregar em nome de Jesus e pô-los em liberdade. São Lucas continua: Os Apóstolos «saíram da sala do Sinédrio cheios de alegria por terem sido considerados dignos de sofrer vexames por causa do Nome de Jesus. E todos os dias (...) não cessavam de ensinar e de anunciar a Boa-Nova de Jesus, o Messias» (Act 5, 41-42). Também os sucessores dos Apóstolos devem esperar ser, repetidamente e de forma moderna, flagelados, se não cessam de anunciar alto e bom som a Boa-Nova de Jesus Cristo; hão-de então alegrar-se por terem sido considerados dignos de sofrer ultrajes por Ele. Naturalmente queremos, como os Apóstolos, convencer as pessoas e, neste sentido, obter a sua aprovação; naturalmente não provocamos, antes, pelo contrário, convidamos todos a entrarem na alegria da verdade que indica a estrada. Contudo o critério ao qual nos submetemos não é a aprovação das opiniões dominantes; o critério é o próprio Senhor. Se defendemos a sua causa, conquistaremos incessantemente, pela graça de Deus, pessoas para o caminho do Evangelho; mas inevitavelmente também seremos flagelados por aqueles cujas vidas estão em contraste com o Evangelho, e então poderemos ficar agradecidos por sermos considerados dignos de participar na Paixão de Cristo.
Os Magos seguiram a estrela e assim chegaram a Jesus, à grande Luz que, vindo ao mundo, ilumina todo o homem (cf. Jo 1, 9). Como peregrinos da fé, os Magos tornaram-se eles mesmos estrelas que brilham no céu da história e nos indicam a estrada. Os santos são as verdadeiras constelações de Deus, que iluminam as noites deste mundo e nos guiam. São Paulo, na Carta aos Filipenses, disse aos seus fiéis que devem brilhar como astros no mundo (cf. 2, 15).
Queridos amigos, isto diz respeito também a nós. Isto diz respeito sobretudo a vós que ides agora ser ordenados Bispos da Igreja de Jesus Cristo. Se viverdes com Cristo, ligados a Ele novamente no Sacramento, então também vós vos tornareis sábios; então tornar-vos-eis astros que vão à frente dos homens e indicam-lhes o caminho certo da vida. Neste momento, todos nós aqui rezamos por vós, pedindo que o Senhor vos encha com a luz da fé e do amor, que a inquietação de Deus pelo homem vos toque, que todos possam experimentar a sua proximidade e receber o dom da sua alegria. Rezamos por vós, para que o Senhor sempre vos dê a coragem e a humildade da fé. Rezamos a Maria, que mostrou aos Magos o novo Rei do mundo (cf. Mt 2, 11), para que, como Mãe amorosa, mostre Jesus Cristo também a vós e vos ajude a serdes indicadores da estrada que leva a Ele. Amen.


EUCHARISTIC CELEBRATION
ON THE SOLEMNITY OF THE EPIPHANY OF THE LORD

HOMILY OF HIS HOLINESS BENEDICT XVI
Vatican Basilica
Sunday, 6 January 2013

Dear Brothers and Sisters,

For the Church which believes and prays, the Wise Men from the East who, guided by the star, made their way to the manger of Bethlehem, are only the beginning of a great procession which winds throughout history. Thus the liturgy reads the Gospel which relates the journey of the Wise Men, together with the magnificent prophetic visions of the sixtieth chapter of the Book of Isaiah and Psalm 71, which depict in bold imagery the pilgrimage of the peoples to Jerusalem. Like the shepherds, who as the first visitors to the newborn Child in the manger, embodied the poor of Israel and more generally those humble souls who live in deep interior closeness to Jesus, so the men from the East embody the world of the peoples, the Church of the Gentiles – the men and women who in every age set out on the way which leads to the Child of Bethlehem, to offer him homage as the Son of God and to bow down before him. The Church calls this feast “Epiphany” – the appearance of the Godhead. If we consider the fact that from the very beginning men and women of every place, of every continent, of all the different cultures, mentalities and lifestyles, have been on the way to Christ, then we can truly say that this pilgrimage and this encounter with God in the form of a Child is an epiphany of God’s goodness and loving kindness for humanity (cf. Tit 3:4).
Following a tradition begun by Pope John Paul II, we celebrate the feast of the Epiphany of the Lord also as the day when episcopal ordination will be conferred on four priests who will now cooperate in different ways in the ministry of the Pope for the unity of the one Church of Jesus Christ in the multiplicity of the Particular Churches. The connection between this episcopal ordination and the theme of the pilgrimage of the peoples to Jesus Christ is evident. It is the task of the Bishop in this pilgrimage not merely to walk beside the others, but to go before them, showing the way. But in this liturgy I would like to reflect with you on a more concrete question. Based on the account of Matthew, we can gain a certain idea of what sort of men these were, who followed the sign of the star and set off to find that King who would establish not only for Israel but for all mankind a new kind of kingship. What kind of men were they? And we can also ask whether, despite the difference of times and tasks, we can glimpse in them something of what a Bishop is and how he is to carry out his task.
These men who set out towards the unknown were, in any event, men with a restless heart. Men driven by a restless quest for God and the salvation of the world. They were filled with expectation, not satisfied with their secure income and their respectable place in society. They were looking for something greater. They were no doubt learned men, quite knowledgeable about the heavens and probably possessed of a fine philosophical formation. But they desired more than simply knowledge about things. They wanted above all else to know what is essential. They wanted to know how we succeed in being human. And therefore they wanted to know if God exists, and where and how he exists. Whether he is concerned about us and how we can encounter him. Nor did they want just to know. They wanted to understand the truth about ourselves and about God and the world. Their outward pilgrimage was an expression of their inward journey, the inner pilgrimage of their hearts. They were men who sought God and were ultimately on the way towards him. They were seekers after God.

Here we come to the question: What sort of man must he be, upon whom hands are laid in episcopal ordination in the Church of Jesus Christ? We can say that he must above all be a man concerned for God, for only then will he also be truly concerned about men. Inversely, we could also say that a Bishop must be a man concerned for others, one who is concerned about what happens to them. He must be a man for others. But he can only truly be so if he is a man seized by God, if concern for God has also become for him concern for God’s creature who is man. Like the Wise Men from the East, a Bishop must not be someone who merely does his job and is content with that. No, he must be gripped by God’s concern for men and women. He must in some way think and feel with God. Human beings have an innate restlessness for God, but this restlessness is a participation in God’s own restlessness for us. Since God is concerned about us, he follows us even to the crib, even to the Cross. “Thou with weary steps hast sought me, crucified hast dearly bought me, may thy pains not be in vain”, the Church prays in the Dies Irae. The restlessness of men for God and hence the restlessness of God for men must unsettle the Bishop. This is what we mean when we say that, above all else, the Bishop must be a man of faith. For faith is nothing less than being interiorly seized by God, something which guides us along the pathways of life. Faith draws us into a state of being seized by the restlessness of God and it makes us pilgrims who are on an inner journey towards the true King of the world and his promise of justice, truth and love. On this pilgrimage the Bishop must go ahead, he must be the guide pointing out to men and women the way to faith, hope and love.
Faith’s inner pilgrimage towards God occurs above all in prayer. Saint Augustine once said that prayer is ultimately nothing more than the realization and radicalization of our yearning for God. Instead of “yearning”, we could also translate the word as “restlessness” and say that prayer would detach us from our false security, from our being enclosed within material and visible realities, and would give us a restlessness for God and thus an openness to and concern for one another. The Bishop, as a pilgrim of God, must be above all a man of prayer. He must be in constant inner contact with God; his soul must be open wide to God. He must bring before God his own needs and the needs of others, as well as his joys and the joys of others, and thus in his own way establish contact between God and the world in communion with Christ, so that Christ’s light can shine in the world.
Let us return to the Wise Men from the East. These were also, and above all, men of courage, the courage and humility born of faith. Courage was needed to grasp the meaning of the star as a sign to set out, to go forth – towards the unknown, the uncertain, on paths filled with hidden dangers. We can imagine that their decision was met with derision: the scorn of those realists who could only mock the reveries of such men. Anyone who took off on the basis of such uncertain promises, risking everything, could only appear ridiculous. But for these men, inwardly seized by God, the way which he pointed out was more important than what other people thought. For them, seeking the truth meant more than the taunts of the world, so apparently clever.
How can we not think, in this context, of the task of a Bishop in our own time? The humility of faith, of sharing the faith of the Church of every age, will constantly be in conflict with the prevailing wisdom of those who cling to what seems certain. Anyone who lives and proclaims the faith of the Church is on many points out of step with the prevalent way of thinking, even in our own day. Today’s regnant agnosticism has its own dogmas and is extremely intolerant regarding anything that would question it and the criteria it employs. Therefore the courage to contradict the prevailing mindset is particularly urgent for a Bishop today. He must be courageous. And this courage or forcefulness does not consist in striking out or in acting aggressively, but rather in allowing oneself to be struck and to be steadfast before the principles of the prevalent way of thinking. The courage to stand firm in the truth is unavoidably demanded of those whom the Lord sends like sheep among wolves. “Those who fear the Lord will not be timid”, says the Book of Sirach (34:16). The fear of God frees us from the fear of men. It liberates.
Here I am reminded of an episode at the very beginning of Christianity which Saint Luke recounts in the Acts of the Apostles. After the speech of Gamaliel, who advised against violence in dealing with the earliest community of believers in Jesus, the Sanhedrin summoned the Apostles and had them flogged. It then forbade them from preaching in the name of Jesus and set them free. Saint Luke continues: “As they left the council, they rejoiced that they were considered worthy to suffer dishonour for the name of Jesus. And every day… they did not cease to teach and proclaim Jesus as the Messiah” (Acts 5:40ff.). The successors of the Apostles must also expect to be repeatedly beaten, by contemporary methods, if they continue to proclaim the Gospel of Jesus Christ in a way that can be heard and understood. Then they can rejoice that they have been considered worthy of suffering for him. Like the Apostles, we naturally want to convince people and in this sense to obtain their approval. Naturally, we are not provocative; on the contrary we invite all to enter into the joy of that truth which shows us the way. The approval of the prevailing wisdom, however, is not the criterion to which we submit. Our criterion is the Lord himself. If we defend his cause, we will constantly gain others to the way of the Gospel. But, inevitably, we will also be beaten by those who live lives opposed to the Gospel, and then we can be grateful for having been judged worthy to share in the passion of Christ.
The Wise Men followed the star, and thus came to Jesus, to the great Light which enlightens everyone coming into this world (cf. Jn 1:9). As pilgrims of faith, the Wise Men themselves became stars shining in the firmament of history and they show us the way. The saints are God’s true constellations, which light up the nights of this world, serving as our guides. Saint Paul, in his Letter to the Philippians, told his faithful that they must shine like stars in the world (cf. 2:15).
Dear friends, this holds true for us too. It holds true above all for you who are now to be ordained Bishops of the Church of Jesus Christ. If you live with Christ, bound to him anew in this sacrament, then you too will become wise men. Then you will become stars which go before men and women, pointing out to them the right path in life. All of us here are now praying for you, that the Lord may fill you with the light of faith and love. That that restlessness of God for man may seize you, so that all may experience his closeness and receive the gift of his joy. We are praying for you, that the Lord may always grant you the courage and humility of faith. We ask Mary, who showed to the Wise Men the new King of the world (cf. Mt 2:11), as a loving mother, to show Jesus Christ also to you and to help you to be guides along the way which leads to him. Amen.

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